Somos conexões. Neurais afetivas sociais. Somos composições de textos. Falados escritos musicados poetizados dançados decodificados emoldurados; Memória & fabulação. Performamos o fluxo constante e ininterrupto do movimento de sistemas simples e complexos. Somos síntese e antítese ao mesmo tempo e s p a ç o.
Diante de nós, em redes, caminhos singulares. A passos lentos, ora largos, fazemos história reencenando refazendo repensando tudo que vemos e o que nos olha. A imprevisibilidade deste tempo nos coloca em apuro.
Vivemos um instante de cruzamento, doenças do corpo e da alma nos matam e nos fazem querer viver; a presença é m_e_d_i_a_d_a, os encontros são virtuais. Os sons do outro lado do mundo ecoam aqui. Agora podemos ir além de uma visão cibernética verde neon, olhamos em volta e estamos em uma encruzilhada.
Aqui é momento de decisão, de escolhas certas e erradas, de por enquanto. A potência da dúvida nos deixa em estado de alerta. É preciso rapidamente fazer escolhas. Decidir ir por aqui ou ali, deixar ou levar. Somos uma geografia multissensorial, um cruzamento de tempos-espaços e sensibilidades. Seguimos esse destino abrindo caminhos nessa selva de pedra de concreto. As curvas, retas, altos e baixos, as bifurcações são possibilidades de desvios. Por essas trilhas levamos conosco rastros de pessoas, vivências, subjetividades, desejos. E fazemos desses fragmentos arte.
Atribuímos sentido ao que nos atravessa e deixamos pegadas. Noutro tempo, seremos ancestralidade; agora, como artistas, somos criadores de caminhos.